Salve a alegoria que vem lá
Dobrando a esquina da quinquilharia
Atravessando a rua reta
Tocando escondida
No horizonte atrás das casas!
Olha ela chegando
Toda em cima, agitando,
Com sua galeria dançarina
Corando a vizinhança
Extasiada a sambar!
Salve as plumas,
Salve as rosas,
A fantasia e o sabe lá!
É bom saber nada de enredo
E na festança se enredar
Barulhando passaredo
Nos ouvidos apitando
E nos pés degringolar!
Salve, salve alegoria!
Quem pudera todo dia
Ver passar a alegria
Atropelando o mal-estar!
Mas é lei que findaria
A bonança em romaria.
Conquanto vai-se embora
A melodia do agora,
O silêncio e a tristeza
Fazem parte de sambar.
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