Malditos são os papéis
Desenhados em mim
Do mundo - as pessoas.
Maldito o mundo
Desenhado em papéis-pessoas
No palco de mim.
O feitiço inevitável de mim
Entornando poções nos corpos
Da mentalização e dando-lhes vida,
Uma vida amorfa,
Minha neles.
Mas benditas são as pessoas
Que estilhaçam a minha hipnose
E enxertam na mente uma dose
Do mundo que são.
Mesmo que seja um instante,
Uma descarga de realidade
Queimando os arquivos
Da minha construção
Somente para das cinzas
Erguer-se de novo,
Nova a encenação;
Mesmo assim benditas.
E benditos os momentos
Da emoção de redescobrir.
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